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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Depoimento - Julia Ramos

Hoje eu ia postar sobre os desafios de ser mãe nova (postei uma parte no IG), mas recebi esse e-mail ontem a noite e me apaixonei pela história da Julia, que conheci quando éramos crianças. Fiquei muita encantada mesmo com sua história, pedi para ela se poderia publicar e sua resposta foi: "Pode publicar sim, é bom para as meninas que estão com medo de contar aos pais e bom para fortalecer aquelas em situações parecidas, nesse momento que parece ser o mais difícil da nossa vida, tudo que precisamos é de um apoio, de uma certeza de que tudo ficará bem."

Adoro gente que não tem vergonha de contar sua história, bate no peito e se orgulha de ser mãe nova e poder ajudar outras que estão passando por esse desafio. 

"Oi ju! Eu leio seu blog e adoro. Engravidei em julho do ano passado, aos 16 anos, descobri a gravidez em agosto e foi muito complicado, estava desesperada e para minha sorte eu tenho um namo que fez eu me sentir segura e que me deu muito amor, prometeu que estaria comigo sempre e que tudo ficaria bem, minha mãe era extremamente preconceituosa e não aceitava, não queria que eu tivesse o bebê, meu pai é evangélico e levou o pastor da Igreja dele pra conversar comigo, o pastor me julgou por estar grávida e por eu ser espírita, ouvi absurdos como "se você não passar a frequentar a igreja evangélica, daqui 16 anos vai ser você nos procurando para ajudar seu filho". Minha mãe chorou por dois meses, não cansava de falar que eu era a decepção da vida dela e meu pai, concordava. Com três meses descobri que meu nenem era um moleque! Aos 4 meses eles ja estavam mais acostumados com a idéia da menininha deles ser mãe, então  começaram a me ajudar e serem compreensivos, aos poucos fui conquistando eles novamente e tendo cada vez mais apoio, meu namorado continuou sendo meu apoio e porto seguro, me dizendo todos os dias como eu era linda e que como prometeu antes, estaria comigo sempre! A mudança do corpo me deixava feliz e triste, eu era bem magra e engordei ao todo 30 quilos, aí não tinha como não aparecer estrias e elas me deixavam muito pra baixo! Eu me cuidava e elas mesmo assim insistiam em aparecer.  Mudei de médico no final na gravidez, convencida de que queria a todo custo um parto normal (o que o antigo médico não fazia) e isso também infelizmente não aconteceu, deu o tempo máximo do bebê nascer e nada dele encaixar, nada de dilatação, nada de contrações. Parti para a cesariana, hoje em dia não pode mais passar das 41 semanas, por lei. Então dia 11 de abril nasceu o Bernardo, com 50 centímetros e 3,400. Lindo de morrer, entrei na sala de parto nervosa e a enfermeira teve que fazer massagem em mim para eu parar de tremer e o anestesista conseguir fazer seu trabalho, levei duas picadas, uma chilocaina e a paridural, a primeira ardeu muito, em compensação não senti a segunda, colocaram a sonda e antes de começarem o processo, meu namorado entrou, estava tão drogada da anestesia que até minha boca formigava, e estava com os olhos vermelhos. Dez minutos depois o médico disse "papai quer ver o bebê nascer?" E eu bem me toquei, mas quando Be nasceu e deu um chorinho manhoso, todas as emoções do mundo entraram em mim, nunca senti tanto amor e nem tanta felicidade! Ele era lindo, perfeito, melhor do que eu imaginava. Hoje minha mãe é a avó mais babona que conheço e meu pai idem, meu namorado é apaixonado pelo filho e ele ri muito para o papai só com um mês, eu tive problemas na cicatrização da cesariana, ela inchou e vazou muito, fiz uma drenagem a ela só parou de vazar aemabar passada com a ajuda de uma pomada cicatrizante, mas ja estou bem melhor e com uma ótima perda de peso.
Que Deus abençoe você e sua filha, e que você tenha um parto maravilhoso e cheio de amor, por que o amor é sólido, o amor se chama filho."




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